Depressão é um termo utilizado na psiquiatria para designar um transtorno de humor, sendo considerada uma síndrome em que a principal queixa apresentada pelos pacientes é o humor depressivo e às vezes irritável, durante a maior parte do dia. A palavra "depressão" vem do latim depressio, de deprimere, que significa “apertar firmemente", "para baixo”, podendo assim ser considerada muito mais profunda do que a tristeza.
Sabe-se que se sentir triste em momentos específicos da vida é normal, como após a morte de um ente querido ou algum acontecimento desagradável. Porém, algumas pessoas vivenciam esse sentimento de forma muito intensa e por períodos muito longos, que podem não ser apenas dias, mas sim meses e até mesmo anos. O ponto chave da questão é: os pacientes com transtornos depressivos muitas vezes não apresentam um motivo aparente para se sentirem assim.
Ao mesmo tempo, a depressão pode não se manifestar com tristeza intensa e a pessoa sente uma certa indiferença afetiva, apresentando ausência de compaixão, vergonha, responsabilidade, remorso e consciência. Em certos casos, o indivíduo ainda pode estar depressivo mesmo sem apresentar outro sintoma central da doença, como a anedonia (ou incapacidade de sentir prazer).
Fisiologicamente, a depressão é um desequilíbrio dos neurotransmissores no cérebro associado a uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, afetando de forma negativa a qualidade de vida, os relacionamentos e a maneira como o paciente enfrenta o mundo. Dessa forma, ao contrário de outras doenças, ela não pode ser curada apenas com medicamentos, sendo necessária uma série de medidas não farmacológicas, como a psicoterapia e o suporte social.
OS SINTOMAS MAIS COMUNS DA DEPRESSÃO SÃO:
Se sentir para baixo ou com humor deprimido na maior parte do dia;
Perda da capacidade de sentir prazer em atividades que antes eram agradáveis;
Quadros de irritabilidade, ansiedade e angústia;
Alterações no apetite e no peso, como comer significantemente mais e ganhar peso ou não se alimentar;
Mudança na qualidade ou quantidade do sono, como quadros de insônia ou hipersonia, mas com ausência do sono restaurador;
Mudanças no discurso e no comportamento social, como se tornar mais calado;
Agitação psicomotora, como apertar a mão, andar de um lado para outro ou bater o pé;
Sentimentos de inutilidade ou culpabilidade;
Baixa autoestima;
Crença de que a vida não tem sentido e presença de pensamentos suicidas.
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Quando pessoas apresentam consistentemente sintomas extremos como os citados acima, elas podem começar a pensar que a morte é a única maneira para escapar da dor e do sofrimento. Associado a presença desses sintomas e devido ao fato de não terem esperança em seu futuro e nem na melhora do seu quadro, os paciente com transtornos depressivos são muito mais propensos a agir a respeito dos pensamentos que têm sobre a morte. Sendo assim, em consequência da progressão do quadro depressivo e da sua intensidade, o risco de suicídio tende a se elevar, por isso, é necessária a identificação precoce dos pensamentos de autoextermínio.
Os sinais de alerta específicos de suicídio incluem:
Ideação suicida frequente, intensa ou duradoura;
afirmações de que não há razões para viver;
se sentir preso ou como se fossem um fardo para outros;
aumento do uso de álcool ou drogas;
desapego por pessoas e objetos, se despedindo como se fosse a última vez.
TIPOS DE DEPRESSÃO:
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1. Transtorno depressivo maior (depressão unipolar):
É o mais frequente e um dos casos mais graves.
Possui relação com herança genética e acontece geralmente entre os 18 e 25 anos de idade, sendo as mulheres as principais acometidas.
Quadro: humor deprimido, perda de interesse e de prazer, energia reduzida e diminuição da realização de atividades cotidianas. Além disso, pode haver alterações do sono, do metabolismo, do apetite, somado a distúrbios do sono, do pensamento e da concentração.
Em casos mais graves: sofrimento, melancolia e incapacidade temporária que, especialmente quando não tratados, podem se manifestar de uma forma mais intensa e normalmente por um período maior do que seis meses.
2. Depressão bipolar:
Quadro: mudança de humor, variando entre uma tristeza profunda e episódios de euforia. Durante a tristeza, os sentimentos são os mesmos da depressão unipolar, como baixa autoestima, isolamento social, sonolência. Porém, nos momentos de alegria extrema, o paciente se sente agitado, desenvolve diversas atividades ao mesmo tempo, tem obsessão por determinados assuntos, se torna desatento, hiperativo e até impulsivo.
Existe uma dificuldade no diagnóstico devido a mudança brusca de humor e a falta de associação, feita por alguns profissionais, entre a agitação e euforia com um episódio depressivo.
3. Distimia (transtorno depressivo persistente):
Forma de depressão crônica (com duração mínima de dois anos);
Tipo de depressão considerada mais leve ou de baixo grau de intensidade, por seus sintomas serem menos intensos.
Quadro: indivíduo fica predominantemente triste, desanimado, pessimista e sem vontade de agir, com pouca energia e concentração. Seu humor se manifesta como uma irritação persistente, se misturando com a personalidade do indivíduo, que pode ser mau humorado e temperamental.
Uma pessoa diagnosticada pode ter episódios de depressão maior juntamente com períodos de sintomas menos graves.
4. Depressão pós-parto:
Acontece com mulheres em até quatro semanas após o parto, mas, em alguns casos, ela se manifesta ainda na gravidez. É bastante específica e a principal causa é o desequilíbrio hormonal, já que, durante a gravidez, o corpo produz altas doses de hormônios e após o parto, a produção cai repentinamente.
Quadro: Sintomas mais comuns são a tristeza profunda, o cansaço, a irritabilidade, alterando a interação entre mãe-bebê, que pode rejeitar seu filho. As maiores repercussões são a redução a amamentação e do desenvolvimento infantil, com alteração em sua interação social no futuro.
5. Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM):
Surge quase todos os meses na última semana que antecede a menstruação, deve cessar quando o ciclo se inicia e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual. Assim como a TPM, decorre de uma baixa de estrogênio, o hormônio feminino.
Quadro: Os sintomas, no entanto, são muito mais severos do que a tensão pré-menstrual comum, a ponto de deixar a paciente incapaz de exercer atividades, por tristeza, expressão de labilidade do humor, disforia, irritabilidade, vontade de isolamento, sintomas de ansiedade e muita indisposição. Esses sintomas podem ser acompanhados de manifestações comportamentais e físicas.
6. Transtorno afetivo sazonal:
Depressão que ocorre em determinada estação do ano, em especial, durante os meses de inverno, quando há redução da luz solar natural. Sua prevalência é maior em países de clima temperado, onde os dias de invernos são curtos e a exposição à luz reduzida;
Quadro: os episódios depressivos maiores que ocorrem em um padrão sazonal frequentemente se caracterizam por diminuição da energia, hipersonia, hiperfagia, ganho de peso e avidez por carboidratos.
Este especificador não se aplica àquelas situações nas quais o padrão é mais bem explicado por estressores psicossociais ligados à estação do ano (p. ex., desemprego ou compromissos escolares sazonais).
7. Depressão psicótica:
É um tipo de depressão grave, porém, são raros os casos. Normalmente, é acompanhada de outros sintomas, como incapacidade intelectual, perda de interesse, constipação e ansiedade.
Quadro: além dos sintomas normais da depressão, o paciente também passa a apresentar transtornos psicóticos, ou seja, alucinações auditivas e visuais e até delírios. A pessoa vê e ouve coisas que não existem, passando a ter uma visão distorcida do mundo.
8. Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento:
Existem evidências, a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais, de que os sintomas se desenvolveram durante ou logo após intoxicação ou abstinência de substância ou após exposição a medicamento capaz de desenvolver o quadro clínico.
Quadro: os sintomas de um transtorno depressivo que persistem além da duração esperada dos efeitos fisiológicos.
REFERÊNCIAS:
Porto, J. Conceito e diagnóstico. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.21 s.1 São Paulo May 1999.
Gonçales, C. DEPRESSÃO, O MAL DO SÉCULO: DE QUE SÉCULO? R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):298-304.
http://sociedadeinteramericanadehipnose.com/blog/conheca-os-tipos-de-depressao-mais-comuns-e-saiba-quais-sao-os-sintomas/
Ótimos esclarecimentos! A maioria das pessoas com depressão tem dificuldades para buscar tratamento. Ainda existe um preconceito muito grande quando se fala de depressão. E algumas pessoas se acomodam guardando essa terrível doença. Muitas vezes se suicidando. Matando a dor.
Parabéns !Conhecimento é fundamental
Parabéns! É super importante os esclarecimentos devidos, acerca de um mal que acomete milhões (senão) bilhões de pessoas no mundo.