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Sabe-se que assuntos como depressão e suicídio são temas mascarados e silenciados pela mídia e pela sociedade por ainda conterem um tabu cultural muito grande em relação ao seu desenvolvimento e gerar certa polêmica em um contexto social. Entretanto, tais temas têm forte associação entre si e pode-se observar que o número de pessoas com transtornos depressivos tem aumentando cada dia mais, ampliando consequentemente o número de suicídios e tornando assim um grave problema de saúde pública. Diante disso, nota-se que tal assunto possui grande importância, mostrando a necessidade de ser discutido em todos os setores da sociedade, com o objetivo de deixar de ser visto como um tabu, não é mesmo?
O que você, leitor, conhece sobre esses assuntos? Você convive com alguém que tem ou já teve depressão? Sabe o que é conviver com uma pessoa com risco de suicídio? Sabe o que ela está sentindo ou pensando? O objetivo deste texto é discutir mais sobre o assunto e analisar o que pode ser feito para melhorar a assistência a essas pessoas, assim como esclarecer algumas dúvidas recorrentes com o intuito de diminuir as opiniões distorcidas que são repassadas.
A depressão é uma doença que possui deficiência nos neurotransmissores cerebrais, causando sinais e sintomas característicos que trazem inúmeros prejuízos para o indivíduo, tanto no âmbito social quanto pessoal e intelectual. Pode-se mencionar, por exemplo, o humor deprimido que se manifesta a partir de sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa, além da perda da capacidade de sentir prazer em atividades que antes eram consideradas agradáveis. Somado a isso, pacientes que possuem transtorno depressivo também podem apresentar distúrbios do sono, do apetite ou peso, da energia, além da redução da capacidade de se concentrar, pensar ou tomar decisões. As evidências comportamentais, por sua vez, estão relacionadas ao afastamento social, crises de choro, irritabilidade e lentificação, associadas ao comportamento e ideais suicidas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que a depressão afeta 121 milhões de pessoas no mundo, sendo que cerca de 15% dos deprimidos graves se suicidam, notando novamente a importância de se discutir o assunto. A figura abaixo mostra dados tanto no Brasil quanto no mundo, evidenciando a forte associação entre as doenças psiquiátricas e o suicídio, mas também relaciona as mortes com gêneros e etnias.
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Geralmente o sofrimento emocional em nosso contexto é carregado de estigma. As pessoas têm vergonha de admitir suas angústias e aflições, admitir e expressar que passam pelos seus pensamentos uma forte ideia de que a morte seria um alívio para o sofrimento, dificultando ainda mais o acesso a esta pessoa e o oferecimento de ajuda ou suporte de um profissional. Em consequência disso, muitas vezes o pedido de ajuda ocorre de forma indireta por meio de alterações do comportamento, ideias de autopunição, verbalizações de conteúdo pessimista ou de desistência da vida devido a crença do paciente de que não há solução para seus conflitos internos. Somado a isso, existem inúmeros outros fatores que impedem que o assunto seja amplamente discutido e que os pacientes com os transtornos recebam o devido tratamento, podendo citar o baixo acesso a informações sobre saúde mental, tanto dos profissionais de saúde quanto dos familiares, o alto custo dos medicamentos e das terapias, os tabus sociais que rondam a morte e o suicida e a falta de especialistas em saúde mental no serviço público.
Dessa forma, nota-se que assuntos que envolvem a depressão e o suicídio devem vir à tona com maior frequência, com o objetivo de aumentar o conhecimento e a disseminação de informações para a sociedade e colaborar de forma preventiva para a diminuição dos casos. Para que tal prevenção ocorra são necessárias medidas que incluem um tratamento adequado dos paciente com transtornos psíquicos, a partir do uso de fármacos associados a psicoterapia, disseminação de forma apropriada de notícias, informações sobre depressão e suicídio, além de debates sobre os mitos, o preconceito e a desinformação que envolvem esses assuntos no contexto social. Ademais, é de grande importância que além de estratégias para intervenções preventivas na área de saúde pública e educação em saúde, haja também um treinamento das equipes da área para saber avaliar os fatores de risco e oferecer de forma adequada o suporte social, o manejo, a abordagem e o possível encaminhamento.
A figura a seguir evidencia uma campanha realizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação civil que, a partir do trabalho de voluntários, visa oferecer apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar.
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Se você se identificou no texto ou conhece alguém que esteja precisando de ajuda busque e incentive a procura por ajuda. A conversa com um profissional pode ajudar muito nesses momentos difíceis e ele vai saber como amparar quem está precisando.
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REFERÊNCIAS
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02- CHACHAMOVICH, Eduardo et al . Quais são os recentes achados clínicos sobre a associação entre depressão e suicídio?. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 31, supl. 1, p. S18-S25, May 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462009000500004&lng=en&nrm=iso>. access on 30 Apr. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462009000500004.
03- BARBOSA, Fabiana et al. Depressão e suícidio. Rev. SBPH vol.14 no.1, Rio de Janeiro - Jan/Jun. - 2011. Acesso em 30 de abril de 2019 . Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v14n1/v14n1a13.pdf
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